quarta-feira, 2 de dezembro de 2009


Feira de Santana, 17 de novembro de 2009

Saudades...

Cidade querida as novidades são boas, porém terei que deixá-la nesses dias para tratar de um câncer que iniciou na mama e agora retornou na coluna. Metástase óssea. Metástase é quando o câncer retorna em um local distante do primeiro e óssea não abrange todo o meu esqueleto como muitos pensam apenas ele se localiza em uma determinada área do osso. O que vou tratar localiza-se entre a C7 e T1, mais ou menos na altura do pescoço, mas não se apavore. Escrevo levando em consideração todas as hipóteses: de eu não mais voltar ou voltar no próximo ano, 2010, ou partir como dizemos, dessa pra melhor. Sei que será impossível me despedir visitando todos, então, me despeço de ti, que abrange a todos.

A primeira hipótese é crucial, a mais severa, é a mais árdua. Não sei se serei eu novamente pernambucana. Após dezoito anos na Bahia, sou baiana mesmo. Agora, se for possível, serei uma baiana em Pernambuco, ou como sugere J. Hermes, uma “pernambaiana”. Levei um tempinho para entender que teria de deixar tudo e voltar pra Pernambuco. Arrumar as coisas pra levar, como se fosse a última viagem. Não levar nem muito, nem pouco. Os livros é claro, os escritos e os objetos pessoais. As meninas ficarão com Ubirajara, o pai delas, me separar das duas, por dias, é a pior parte. Ah! mas, eu já vi esse filme antes. Em 1991 deixei um filho em Pernambuco e vim embora pra cá há exatamente dezoito anos. Naquele ano na minha cidade, Serra Talhada, não cabia mais uma mulher separada. As separadas se acotovelavam em um pequeno espaço escuro, apertado, com muitos falares e dedos apontando e eu era a pior de todas porque além de ter sido o pivô da separação eu queria o espaço só pra mim, então vim conquistar o meu aqui na Bahia. Tive que deixar tudo para trás até o filho que nasceu do primeiro casamento, Luiz Henrique que, ficou com meus pais e vim pra lutar por meu espaço agora; volto pra lutar pela saúde. Pra quem não sabe Pernambuco é o segundo pólo de medicina do país, sendo o primeiro São Paulo e o terceiro Belo Horizonte. Com tanta luta já me vejo uma Helena Popó. Quando vim trouxe todos os meus escritos que eram muito mais rabiscos que escritos, trouxe a idéia do que eu queria fazer: eu queria escrever. Nunca me arrependi de ter vindo, foi uma oportunidade que me foi apresentada por Deus e eu agarrei, confiei e venci. Agora, mais uma vez, deixo tudo e volto confiante, mesmo porque levo meus escritos que não são mais rabiscos, agora eles têm um referencial que é a UEFS. Nossa! Como devo ao Estado da Bahia o grande favor de ter pago os meus estudos durante os sete anos que explorei os professores e a instituição na busca por meu espaço. Foi na UEFS que me formei, que construí o meu saber, a minha profissão. Ensino as pessoas a construir um texto dentro de uma estrutura exigida nos concursos e vestibulares, os alunos passam e sinto-me realizada. Nunca, em vida alguma, eu vou esquecer dela porque foi lá também que eu passei o maior sofrimento dessa existência, a maior decepção. Esse nome Nazaré Machado jamais esquecerei. Claro que a perdoei de todo o meu ser, de todo o meu coração, de toda a minha alma e se tiver a oportunidade de ajudá-la não pensarei duas vezes. A dor ficou em mim por causa de uma pesquisa que ela não aceitou por questões pessoais, mas eu sou insistente e venci. (A pesquisa sobre a DEMOCRISOUVRE pode ser lida no endereço: http://escrevehelena.blogspot.com o leitor acesse o link “Arte Literária” e dentro de uma pequena lista localizará a Democrisouvre). E voltando a falar da UEFS, não vou esquecer de você Nivaldo, diretor do Nueg que foi padrinho de algumas idéias minhas. Pessoa simples igual a mim. Pessoas marcam nossas vidas, ajudam a construir nossa história. Meus alunos têm uma importância sem tamanho porque aprendi ensinando-os. Alguns marcaram sua passagem pelo curso, esses, levarei comigo nos contatos do orkut. Ontem li um recado de Fabíola, ex-aluna me aconselhava a deixar essa história de livro, de despedida e sair correndo começar o tratamento. Talvez ela tenha razão. É tão difícil saber até que ponto temos razão ou não. Poderia sair hoje daqui mas, tudo tem seu tempo talvez eu não possa iniciar o tratamento amanhã, então vou perder a chance de publicar essa cartinha e me despedir de todos. Ela pergunta: “pra que escrever? povo nem lê Helena”. Mas ela não sabe que no mundo não cabe a minha necessidade de escrever. Difícil dizer por que escrevo. Não importa se ninguém lê. Alguns escritos meus ficam guardados em caixas, mas eu escrevo mesmo para ficar guardado em caixas e gavetas. Há uma necessidade de escrever que as vezes não se leva em conta os leitores, há uma necessidade, como a necessidade de beber água, matar a sede, de viver, de amar. Há uma necessidade que clama por um lápis, uma caneta e papel. Adoro a solidão porque nunca estou só. As letras dominam os minutos e o tempo satisfatoriamente segue. Eu sou toda letras que dão vidas e ofereço ao leitor ou à gaveta, não importa. É o orgasmo de palavras, é o coito, o papel, a tinta, a mão, o texto. O texto é meu êxtase. Às vezes estou no fogão preparando um cozido e as letras vêm me seduzir. Escuto o sussurro das palavras que desenham frases nos meus olhos e eu sinto o cheiro das frases que traduzem cenários. Ligo o computador, mas enquanto ele abre o Word pego rapidamente uma caneta e um papel. Minha filha diz que o papel é seu boletim escolar, mas é tarde, eu já escrevi no verso. Muito rápido. Engraçado é que 95% dos meus amigos gostam de escrever. Tudo me inspira a escrever, um anúncio no rádio, na TV, as pessoas na rua, um pensamento de súbito, uma pessoa que chega outra que saí, um pássaro, uma flor, um banco de praça. Mas às vezes eu me perco em mim e não tem saída. Então não penso em escrever, penso na minha perdição, penso em alguém e começo a absorver seus pensamentos, sinto seus pensamentos buscando os meus, os momentos que juntos vivemos mas, sinto que eles estão quase que se apagando de tanto você pensar em mim e eu em você. É momento de nos encontrarmos de novo. Mas estamos com os dias contados como um câncer em estado terminal. Estarei condenada parece, a voltar aqui, a voltar a ti. Tal como tu, condenado a leres-me, a leres-me sempre, num impulso alcoviteiro e a uma distância sem remédio eu em Pernambuco e tu na Bahia. Ficamos nos nossos sentidos ponto final do parágrafo. Meio dissimulada digo que te esqueço e me apaixono por ti uma e outra vez, com a desmesura da saudade... não quero pensar nesses momentos pra não perder as palavras nas mal traçadas cartas que escrevo. Esses momentos são densos e penso noutros mais densos em que se perderão as veias e as enfermeiras em conjunto tentarão inúmeras furadas; choro o desconsolo de tudo, minha fase de heroína passou. Deixem-me viver a minha dor, a dor de desarranjar o meu trabalho, a minha sala que arrumei tão prazerosamente. Os objetos colocados um por um de acordo com as necessidades de uma professora de redação, e que os coloco em caixas. Mas, viro a mesa no mesmo instante e, me assimila dizer que sou dez mulheres, uma por dentro da outra, e dez é mais difícil derrubar... Bastou uma idéia, uma sentença, uma determinação: aquela químio amarelinha vai fazer teu cabelo cair – as dez mulheres caíram todas, ficou apenas a Maysa que mora em mim com o seu, "Meu mundo caiu". As mulheres foram voltando uma a uma, porque acredito em algo além. Uma chegava e dizia: não podemos recuar, o remédio é ser forte; outra dizia: essa vida é um ponto na imensidão das várias vidas vividas por você querida Helena; a outra: estamos em tratamento e não devemos ter pena de nós... e assim cada uma mulher que me compõe foi voltando e dizendo algo que aprendemos juntas nesses anos de existência. A mais sábia delas que é inspirada em Dejazet me disse assim: “Não é fácil ser espírita por um lado à pressão dos opositores e da sociedade e por outro a luta terrível contra nossos maiores inimigos: o amor próprio, o egoísmo, o orgulho e a vaidade”. Como vencer a você mesma? O câncer é menos importante que seus cabelos? Então desisti de tudo e disse a mim: vou assumir a peruca, o lencinho. É um bom exercício de humildade pra meu espírito inflado pelo orgulho e pela vaidade. Que venha a quimio e venha em abundância porque sou dez mulheres, uma dentro da outra. Cada dia mais próxima da quimio, então, ontem, dia 20 de outubro de 2009, Dra. Lívia me disse que eu não precisaria de quimio. Ela me disse, foi pra casa, almoçou, dormiu, acordou e eu não consegui almoçar, nem dormir, quanto mais acordar. Agora eu não sei mais o que pensar pois, a vida é tão surpreendentemente maravilhosa. Dra. Lívia difere dos outros médicos porque ela é espírita e posso falar das minhas verdades que são as dela também. Por exemplo: o passe, a água fluídica e o avelós são meus tratamentos alternativos e é maravilhoso compartilhar isso com ela. O AVELÓS é uma planta muito veloz, mais veloz do que o câncer pois, há inúmeros relatos de pessoas que tiveram o tumor reduzido e até mesmo extinto após fazer o uso da planta. Cultivo uma planta em um caqueiro em minha casa e eu mesma preparo meu remédio. Sinto-me bem melhor. Antes havia poucas dores no local do tumor e hoje elas estão contidas. O preparo é feito com seis gotas do seu suco (látex) leitoso dissolvido em um litro de água e bebe-se meio copo de 200 ml, todos os dias em jejum. Pesquisadores americanos já se interessaram pelo avelós e se descobriu nele propriedades contra o carcinoma maligno, como complemento de outros procedimentos médicos. O avelós tem efeito sobre vários tipos de câncer: próstata, uretra, bexiga, útero, intestino, esôfago, cordas vocais, leucemia, mama, pele e pulmão, entre outros. É um poderoso analgésico, cicatrizante e anti-hemorrágico. A descoberta do avelós aconteceu em 1980, em uma sessão espírita, quando o Espírito de um médico que teria vivido em Portugal, Dr. Lauro Neiva, no século passado, revelou os poderes terapêuticos da planta. Com o seu uso, no mínimo, ele estaciona a doença e elimina as dores nos casos irreversíveis. Visite: www.cancerhc.blogspot.com

Disse a Dra. Carla que estava fazendo o uso do avelós - é a medica de minha mãe que vai cuidar de mim também, em Pernambuco - ela me disse que o avelós ataca o fígado. Eu indaguei espantada, só o fígado? que maravilha porque o tamoxifeno, a droga que as mulheres que tiveram câncer de mama têm que usar durante cinco anos é uma bomba e destrói tudo. Uma amiga da comunidade de câncer relatou que teve hiperplasia endometrial, com o útero crescido com volume de 300cc, e já vinha com um leve sangramento. O tal sangramento evoluiu para uma hemorragia, disse que ficou anêmica em 15 dias, e por fim teve que fazer uma histerectomia, retirando útero, trompas e ovários. A médica afirma que o problema foi causado mesmo pelo tamoxifeno. O tamoxifeno causa espessamento do endométrio e outros problemas uterinos e no ovário. Problemas na retina, secura nos olhos, vista embasada, trombose venosa profunda. Se quiserem constatar a miséria visitem as comunidades de câncer e acessem os tópicos com o nome Tamoxifeno. Se temos um remédio com alto grau de toxidade que ataca somente o fígado, por que não usarmos desde já? Diz um biólogo amigo meu que, o maior impasse é a indústria farmacêutica. O uso de determinadas plantas como quimioterápicos iriam baratear e muito o custo do tratamento oncológico. Porém grandes indústrias querem é lucro. A doença mais grave chama-se PODER, o homem quer poder e o poder é representado pelo dinheiro. Então, a esses remédios naturais sempre serão acrescentadas drogas fortes no intuito de o paciente necessitar de novos tratamentos novas drogas e assim sucessivamente. Isso é revoltante.

A planta é avelós (nome científico Euphorbia tirucalli), típica das regiões norte e nordeste do país. Sua ação medicinal já era mencionada na cultura popular, o que motivou a indústria farmacêutica a analisar sua ação em células em cultura e em animais. Os resultados foram bastante promissores. Ao que tudo indica, a substância age nas células do câncer induzindo a apoptose, com isso a droga tem o potencial para, se não fazer regredir, pelo menos conter ou reduzir o avanço da doença, induzindo a apoptose de muitas das células do tumor. O câncer é um agrupamento de células que se rebelou contra o corpo, multiplicando-se enlouquecidamente e consumindo os recursos do organismo todo em prol de seu próprio crescimento. Simples de descrever, dificílimo de tratar. In vitro, a droga funcionou contra colônias de células de câncer de mama, melanoma e outros tipos de tumor. Há um estudo para identificar a segurança em relação a toxicidade do medicamento.

Para entender melhor a ação do avelós sob a apoptose é fundamental se relatar aqui porque eu tive câncer: A apoptose é um mecanismo que elimina células pré cancerosas, células cancerosas, células infectadas por vírus e todo tipo de células lesadas ou alteradas. O excesso de antioxidante diminuí a geração de radicais livres e provoca inibição da apoptose com a parada da eliminação das células malignas e das células lesadas.

A população humana apresenta grande diversidade genética e portanto é grande a variação dos seus parâmetros bioquímicos e metabólicos. Desta forma, na população teremos do lado esquerdo (10%) da curva de Gauss, pessoas com sistema endógeno de defesa antioxidantes não muito eficaz (apresentam elevados níveis de radicais livres) e do lado direito (10%) da curva, pessoas com sistema endógeno de defesa antioxidantes muito eficaz (apresentam baixo nível de radicais livres). Entre os dois extremos (80%) teremos as pessoas com níveis intermediários de eficácia do sistema endógenos de defesa e também com níveis intermediários de geração de radicais livres( Salganik – 2001). As pessoas com sistema endógeno de defesa antioxidantes não muito eficaz estarão mais sujeitas a desenvolver câncer, via lesão do DNA. O uso de antioxidantes diminuirá a incidência de câncer nestas pessoas.

As pessoas com sistema endógeno de defesa antioxidantes muito eficaz, apresentam baixos níveis de radicais livres e são mais propensas ao câncer, por outro motivo: menor eficácia de provocar apoptose das células transformadas (células pré cancerosas e células cancerosas). O uso de antioxidantes nessas pessoas aumenta ainda mais a incidência de câncer por abolir a apoptose.

Antes de eu saber que fazia parte desse segundo grupo, adotei uma medida em janeiro deste ano de 2009, todos os dias tomava um cálice duplo de vinho, muito azeite de oliva nas refeições e à noite uma xícara e chá verde. Os três componentes antioxidantes me protegeriam dos radicais livres então, veio a lesão cancerígena porque eu estou no grupo da esquerda onde os antioxidantes são venenos e o avelós trabalha justamente no sentido contrário, ele provoca a apoptose, a morte das colônias de células malignas. (Obs.: tanto o vinho, o azeite de oliva e o chá verde são excelentes mas não especificamente pra mim). Essa foi a segunda vez que eu tive câncer, a primeira foi por causa do leite de soja. Haja vista que eu falei com a ginecologista com a qual me tratava que queria iniciar uma reposição hormonal natural com leite de soja, eu tinha 38 anos. Não sei onde ela se formou mas, sei que ela foi um caos na minha vida. Ela concordou e depois de consumir leite de soja por um ano apareceu um nódulo no meu seio, era câncer e ela não investigou segundo lá os seus estudos, disse que era gordura que o corpo absorveria. (OBS.: o leite de soja é um alimento rico em proteínas e deve ser consumido sim). Fiz uma consulta com o médico naturalista Fernamdo Hoisel e disse a ele que tive câncer depois de tomar o leite de soja durante um ano, sim ele concordou. Indicou-me o livro: “O leite que ofende as mulheres”, de Raphael Nogier. Ed. Ícone. Hoje em dia cada vez mais as pessoas buscam a internet como ferramenta de apoio e de conhecimento para obter informação atualizada e de qualidade em sites confiáveis sobre o mal que os aflige. Nessa busca constatei que a médica não sabia que o hormônio entra em choque com outro hormônio e o resultado é um desastre. Estudo realizado na Grã-Bretanha descobriu que a terapia de reposição hormonal (TRH) aumenta significativamente o risco de câncer de ovário e mama. Não sei que tipo de compromisso essa médica tinha com seus estudos. Ela atende em Feira de Santana. No ano seguinte o caroço crescia foi então que ela teve a idéia de me encaminhar a um mastologista pra investigar e era câncer. Eu juntei todas as provas (é importante guardar tudo, consultas, exames, relatórios), fizemos uma representação ao CRM Federal em Brasília porque aqui não tem recursos quando envolve perícia médica. Por outro lado busco entender um pouco de leis. Também pedi oficialmente a instauração de um inquérito policial. Eu posso conviver com o câncer mas, com a omissão não. Há pessoas que condenam minhas atitudes, o certo seria me calar. Eu entendo. Também já fui medíocre. Passamos por várias fases ao longo da vida. Se quisermos um Brasil melhor teremos que fazê-lo em atitudes positivas e inteligentes. Procurem ficar informadas quanto mais formos informadas mais faremos do Brasil um país melhor pra nossos filhos e netos. Precisamos mover ações, precisamos conhecer nossos direitos. Conheço uma mulher de garra, força e coragem é minha amiga Betânia Knoedt presidente da AAPC (Associação de Pessoas com Câncer). No quesito de mover ações Betânia vai realizar dois projetos meus: o primeiro deles é conscientizar através da secretaria de saúde, os enfermeiros e técnicos que afere pressão e que fazem exames de sangue a perguntar se a paciente teve câncer de mama e qual mama, esquerda ou direita, naturalmente aquele lado não pode ser usado. O segundo é a TV ambiente que nas clínicas deveria exibir vídeos elucidativos, por exemplo, num consultório oncológico a TV deveria exibir vídeos de como proteger o braço do linfedema, de como tirar proveito de sucos e outros alimento em seu beneficio, hábitos de higiene etc. Se fosse assim as doenças seriam bem menos, mas os médicos e as clínicas só funcionam se nós adoecermos não é mesmo? Então o interesse em esclarecer para prevenir é incompatível. A medicina não trabalha com a prevenção e sim com a possível cura. Esse é o quesito de mover ações o outro e o de conhecer nossos direitos, se no primeiro estamos débeis no segundo estamos pior. Por exemplo, um grave problema é a letra ilegível do médico, tanto nas receitas quanto no prontuário, que acaba até colocando em risco a vida do paciente (medicação e procedimentos lidos erroneamente). De acordo com Código de Direito do Consumidor é direito do consumidor receber por escrito do médico (de forma legível, de preferência datilografado ou impresso via microcomputador), o relato do diagnóstico feito bem como quais serão as condutas médicas a serem adotadas, com a descrição das etapas da doença pelas quais o paciente irá passar, os tratamentos que serão empreendidos, os riscos envolvidos etc.. Precisamos saber dos nossos direitos. O Projeto de lei nº 16.725/2007 da Assembléia legislativa do Estado da Bahia resolve: Art. 1º. Torna obrigatória a expedição de receitas médicas e odontológicas, guias de encaminhamentos de pacientes e prontuários médicos em letra de imprensa (forma), digitadas, datilografadas ou manuscritas, emitidos pelos médicos e dentistas de consultórios particulares e da rede pública estadual de saúde, no âmbito do Estado da Bahia. As pessoas têm receio de falar com o médico sobre isso então vai uma dica: quando ele escrever o seu remédio diga que vai passar na recepção e pedir pra o funcionário digitar e depois trazer par ele carimbar e assinar. Pronto, o médico saberá que você sabe da lei, não tem o que dizer a não ser concordar. Os médicos, a maioria, como o governo precisa do paciente bem alienado para que ele possa manipular fortalecer seu negócio através de manobras, e o paciente envolvido com a possibilidade do restabelecimento da sua saúde, é vitima duas vezes. Esses médicos não são menos doentes do que os pacientes.

Temos direito a horário marcado. Não tem sentido marcar uma consulta para certa hora e só atender o cliente duas, três horas depois. Marcar hora para quê? O atraso no atendimento de maneira injustificada, viola direito do consumidor que, se tiver algum prejuízo por conta disso pode cobrar do médico. De acordo com o Procon, o Código de Direito do Consumidor não trata do tempo de espera em consultórios, porém o cliente que se sentir lesado de alguma forma deve procurar o órgão para fazer reclamação. “É importante que, mesmo que não haja uma lei específica, o consumidor provoque o Procon quanto ao assunto para que este busque no governo competente uma resposta e até mesmo a construção de uma legislação própria”, assim eles orientam. Não adianta reclamar com funcionário, tome uma medida inteligente, redija um documento e dê entrada no Procon. Se informe, aja. A sua queixa ira somar com a minha que já encaminhei, então serão duas, depois dez, depois cem e assim conseguiremos um atendimento de qualidade em todo o Brasil. Ainda de acordo com o Conselho, a Resolução Nº 01/2005, única no país, padroniza o número de consultas na rede pública e serve de parâmetro para a rede particular. “Para consultas ambulatoriais, o limite é de até 14 pacientes atendidos por médico, em quatro horas de jornada de trabalho. No atendimento prestado em setores de urgência e emergência, o limite é de até 36 pacientes, por médico, em 12 horas de trabalho”, explica. “O médico deve resguardar os direitos e a saúde do paciente”, lembra.

È importante conhecer as leis, a Constituição Federal de 1988, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Código de Ética Médica, o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Código de Defesa do Consumidor as leis federais e estaduais e as portarias do Ministério da Saúde, Responsabilidade do Servidor Público. Eis o resumo, fora disso seremos peças de um jogo. A internet dispõe de tudo isso mas, ela também pode ser uma poderosa arma de alienação, depende do grau de adiantamento e inteligência de cada um, esse grau oscila entre bate-papo e pesquisas. Nós temos vários direitos que não são divulgados, pois não vale a pena para os governantes. Preferem que sejamos ignorantes. Os legisladores fazem as leis, mas o povo não sabe de seus direitos. E chamam isso de democracia!!!!!!! O povo tem 70% de culpa da alienação e do descaso em que vivemos imersos. Quem troca um pagode por uma leitura de um texto sobre os Direitos Humanos ou da Constituição da República Federativa do Brasil? Quase ninguém sabe que do Artigo 196 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que diz: “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução de risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação”, basta isso mas, as pessoas ainda se lastimam do preço das consultas e dos remédios e exames. Cada povo tem o governo que merece. Vão ao pagode.

As pessoas escrevem nos comentários do meu blog solicitando orientações porque não sabem dos seus direitos. Buscam alguém pra depois buscarem o tratamento. Perdem tempo. Veja essa: Helena estou tentando desde dezembro uma liberação de mapeamento genético para minha filha de 27 anos que foi diagnosticada com CA de mama em agosto do ano passado 2008. Ela fez mastectomia radical, quimio e começou o processo de reconstrução. Registrei queixa na ANS, sobre a negativa do convênio (CASSI, do Banco do Brasil), mas até agora não obtive resposta alguma. Como faço para acelerar tudo isso? Podes ajudar-me? Obrigada. Eu respondi: sim, posso te ajudar, primeiro tire cópia dos três últimos pagamentos do boleto do plano e de comprovante de endereço e RG e CPF e também todos os exames e laudo que comprove que ela está doente. Peça ao médico um relatório minucioso enfatizando a urgência e a necessidade do exame (digitado ou datilografado), dirija-se ao juizado civil e diga que seu caso é de saúde, e de câncer, é de urgência que esta sendo negado pelo plano e assim você terá prioridade. Sua queixa vai ser registrada e vai ser transformada em processo e no mesmo dia, questão de horas, ligeirinho o plano de saúde receberá das mãos de um oficial de justiça a ordem pra fazer o que tem de ser feito. Pelo menos aqui no Estado da Bahia, em Salvador é assim. Miralda querida me mantenha infirmada do resultado. Boa sorte.

Fico indignada com tanta coisa. Eu me indigno com a hora da morte dos pobres que chega tão rapidinho, falta médicos, falta materiais hospitalares, falta tudo. Pior que a dor do câncer é a dor do descaso e a do câncer juntos no mesmo leito mas aí, vem a morte e os salva dessa insalubre vida. Pobre não pode nem pensar senão enlouquece, pois a ganância dos políticos é desordenada. Nós mulheres devemos saber que temos capacidade de pensar sozinha e não pela cabeça dos homens. Olhemos para trás e percebamos que todo o tempo à política esteve nas mãos dos homens e eles deram provas de que são péssimos administradores, e que agora chegou a vez de nós mulheres elegermos uma de nós pra acabar com essa falta de vergonha em que está mergulhada a política do nosso país. Chegou a vez de tentar apostar em nós, já que administramos tão bem nosso orkut, nosso MSN, nossa casa, nosso trabalho enfim. Vamos pensar em Marina Silva para presidente. A Dilma Rousseff perdeu meu voto quando foi acometido por Linfoma, um tumor cancerígeno em abril deste ano. O Linfoma mata mais que 3 mil pessoas por ano, o que corresponde a uma média de 8 pessoas por dia. Só quem sofre com a doença sabe que o SUS não possui tratamento adequado para o Linfoma e que a lista de medicamentos para esse tipo de câncer não é atualizada há mais de 10 anos pelo governo. Além disso, muitos médicos da rede pública desconhecem como diagnosticar e tratar os pacientes, o que diminui substancialmente as chances de descobrir a doença a tempo de curá-la. Em poucas palavras, quem não tem dinheiro para arcar com um tratamento em hospital particular como, felizmente, está fazendo a Ministra Dilma, acaba por não ter acesso aos medicamentos mais modernos - como o Mabthera - que, combinados com a quimioterapia garantem índices muito maiores de recuperação. Quando diagnosticado a tempo e tratado com os medicamentos certos, o paciente com Linfoma tem 95% de chance de cura. Um frasco do Mabthera custa 8 mil reais e o SUS não libera. Dilma se inteligente fosse mudaria essa história triste fazendo alguma coisa, por menor que fosse seria muito em beneficio dos acometidos pelo linfoma, aos hospitais públicos estendendo aos pacientes mais pobres o acesso ao tratamento e ao medicamento. Lutasse para que o Mabthera entrasse na lista do SUS. Para isso os pacientes trabalham como formiguinha tentando recolher assinatura pra depois levar até o governador e espera mais 10 anos pela liberação pelo SUS. Dilma teria força pra mudar essa história mas, disse em reportagem se enaltecendo, que o remédio que uma pessoa leva seis meses esperando, ela consegui no dia seguinte. Imagine se quero uma “mulher pedra” na presidência do meu país. Interessante é que o governo é delator dele mesmo. O Jornal do Senado (que é gratuito e recebo toda semana), na edição 24 a 30 de agosto de 2009, exibe uma reportagem que diz: “Dez mil crianças e adolescentes acima de 4 anos morrem de câncer anualmente no Brasil, número que poderia ser bem menos se o governo ampliasse os recursos destinados à compra de medicamentos e a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberasse o uso de novas drogas”. Dilma e José de Alencar deveriam se tratar pelo SUS. Algumas pessoas num ufanismo exagerado dão destaque ao vice-presidente que está com câncer. José Alencar não é destaque de nada muito menos da luta contra o câncer como querem algumas pessoas. Quando eu, Helena Conserva descobri que estava com câncer não fui logo tratada tive que respeitar a agenda médica, havia pessoas na minha frente, tive que aguardar vaga pra realizar os exames que mesmo particular temos que aguardar. Imagine que tenho um dos melhores planos de saúde do Brasil (CASSI), e que meu pai pode pagar os exames particulares e que eu sei dos meus direitos enquanto consumidora e paciente, apesar de tudo isso tive que aguardar. Fico pensando naqueles que dependem do SUS e têm medo até de falar com o doutor. Que quando o remédio vem chegar já não suportam mais as dores e morrem como indigentes. Esses que são mal tratados, renegados passam sede, fome e frio. Quem vence o câncer vence a desumanizarão das pessoas que trabalham nas clínicas, o descaso dos médicos e a imprudência do sistema. José Alencar diz em uma entrevista que a sua luta completou 10 anos. Imaginem. Dez anos. Um brasileiro comum não luta nem dois. A luta dele é contra o câncer apenas e é uma luta digna porque ele sim é digno de ser brasileiro porque é político, tem imunidade parlamentar, então nada pode destruí-lo, até mesmo o câncer há uma década e não consegue destruí-lo. Nessa entrevista a repórter pergunta a ele qual a receita pra tanta fortaleza (mais ou menos assim), e ele responde: é a fé em Deus. Ele deveria ter respondido assim: é que eu luto somente contra o câncer, graças a Deus sou político e tenho um tratamento de primeira. Minhas viagens e todo o tratamento são realizados em tempo hábil e a quimioterapia faço em minha casa. Tudo o que há no exterior pra tratar o câncer está ao meu alcance graças a Deus. Nunca peguei uma fila, não sei nem o que é isso. Também nem poderia, já pensou eu sentado aguardando pra fazer a sessão de quimio, quanta gente a me pedir remédio, clemência pro pai que ta com câncer, internamento pro filhinho com leucemia. Deus me livre. Então minha filha sou um homem de FÈ.

Assisti a uma entrevista de Glória Perez ao Fantástico ontem. Ela foi acometida por um câncer no sistema linfático mas, enfim alguém fala de câncer com razão, deixando a alienação da fé de lado. Enfim alguém pensa. Para a reportagem ter sido perfeita só necessitava a repórter ter usado o termo adequado, ter feito a colocação certa. A repórter se pronunciou assim: “a Glória foi vítima de um linfoma”. Estou falando a palavra vítima, nós somos acometidos por tal doença, esse é o termo correto ‘acometido’ e não vítima. E quando a repórter perguntou sobre onde ela busca força, a resposta foi maravilhosa: “A força vem da consciência e a responsabilidade de cuidar da doença, de enfrentá-la e saber que somos capazes’. Então tive o maior prazer em ouvir essa definição longe da irracional fé. Alguns ainda dizem: tenha fé, muita fé que você vai ficar boa eu digo, nossa! E precisa tanta fé assim? No Evangelho diz que precisa de bem pouquinha assim, como um grão de mostarda, é o suficiente pra transportar montanhas. Mas, elas reforçam que basta ter fé e muita. Esse é um discurso alienado. A fé cega representa perigo, aquela que acredita sem compreender, sem questionar, pois ela é a gênese do fanatismo religioso que causou e causa tanto mal para a humanidade, e que deve ser combatida com serenidade e racionalidade. Voltando ao ensinamento bíblico, as montanhas que serão transportadas são um simbolismo dos nossos problemas e dificuldades. Jesus deixa claro o poder deste sentimento tão falado e tão pouco compreendido e praticado, pois ele esclarece que nada nos será impossível se soubermos usar esta poderosa força espiritual. As pessoas são descrentes nos momentos difíceis, uma pequena dose de fé faria maravilhas. Existe muita teoria em torno da fé, até os espíritas fraquejam, todos dizem, tenho fé mas, na hora da prova de fé, sucumbem. Isso faz não nos esquecer a celebre frase de Karl Marx, a fé é o ópio do povo.

A fé é razão. A fé racional busca o discernimento, o entendimento através de leituras pra enfrentar o adoecer e juntos crescer, neste caso a Fé é sinal evidente de progresso. A Fé raciocinada deixa de possuir conotação de algo obtido por uma graça. A Saúde é direito de todos e dever do Estado (Constituição Federal – art. 196), se eu estou ciente disso eu tenho fé que vou conseguir qualquer exame ou remédio. Se por acaso vier a precisar do Mabthera vou ao juizado civil e depois de um processo rapidinho o meu medicamento é liberado em 12 horas. Aqui na Bahia no juizado do consumidor de Brotas, no Civil da Universo e no da Católica da Federação consegui em menos de 12 horas e não conheço ninguém que me apadrinhasse nem precisei chorar nem gritar, apenas escrevi a verdade e provei com relatório médico e vim embora, ao chegar em casa a liberação chegou em seguida. Essa é a minha luta, com dignidade e fé que vou conseguir porque conheço meus direitos. Abaixo uma lista de livros que li pra o leitor ficar bem informada e o site de minha amiga Denildes Palhano, ela é advogada e qualquer dúvida sobre direito basta perguntar que ela responde rapidinho: www.cancereagora.com

Câncer e agora? - Denildes Palhano

Câncer Direito e Cidadania - Antonieta Barbosa

O câncer como ponto de mutação - lawrence lesshan
Histórias que curam - Rachel Naomi Remen
O Paciente como ser humano - Rachel Naomi Remen
Amor, medicina e milagres - Bernie S. Siegel
O Amor é o caminho - Maria Julia Paes Da Silva
Biologia da esperança - Ana Lucia Salgado
Boas Misturas - Morgana Masetti
Brigando pela vida - Lawrence Lesshan
Caminho Ancestral - Gioia Panazzo
Câncer tem cura; - Frei Romano Zago
Cancerologia em linguagem para leigos - Cezar Augusto Rodrigues
Cartas de um sobrevivente - O. Carl Simonton E Reid Henson
Com a vida de novo - O. Carl Simonton/Stephanie Matthews
Conversando com a doença - Albert Kreinheder
Psicossomática e a psicologia Da Dor - Valdemar Augusto Angerami
Psique do corpo - Denise Gimenez Ramos
Uma questão de equilíbrio - Rafael Koff Acordi
Linguagem do corpo - Cristina Cairo
A Família e a cura - Stephanie Atthews-Simonton
Paz, amor e cura - Bernie Siegel
Por um fio - Drauzio Varella
Viva e deixe viver (histórias de quem conta histórias) - Maria Helena Gouveia
Soluções de palhaços - Morgana Masetti
Vivendo durante um câncer - Marie-Paule Dousset
O livro tibetano do viver e do morrer - Sogyal Rinpoche
Sobre a morte e o morrer - Elisabeth Kubler-Ross
A história de uma folha - Buscaglia
Coragem para amar - Maria Helena Matarazzo
Câncer, direito e cidadania - Antonieta Barbosa
De volta à vida - Lance Armstrong

As estações da vida – Padre Fábio de Melo

Mulheres de Cabul – Harriet Logan

Força na Piruca - Tragédias e Comédias de um Câncer – Mirela Janotti

Toda a obra de Elisabeth Kubler-Ross

A omissão é crime. A audácia de muitos faz com que o mal se prolifera na Terra e o responsável direto são duas espécies de pessoas: uma que diz que não tem nada a ver com isso e entrega a Deus;, não quer dores de cabeça e a outra que faz parte do grupo dos bonzinhos. As pessoas ávidas por vingança dizem que, entregam a Deus num ato de resignação, de sofrimento, de bondade e misericórdia, se colocam na posição de vitima e esperam que Deus se vingue por elas. Como são bobas essas pessoas que passam da condição de vítima para criminosa sem perceber. O bonzinho é o exemplo de uma conhecida que depois de lê um desabafo que fiz no blog veio aos conselhos, disse-me com o sobreolho franzido “que eu tivesse medo do mundo porque ele dá, nega e tira”. Aconselhou-me cuidar da minha saúde e deixar esse ou aquele médico em paz. Eu com azedume a fervilhar dentro de mim e uma vontade louca de agarrar a cara dela com as mãos e fixar seu olhar e gritar: não fale mal do mundo porque ele tem a sua hipocrisia. Não gritei, me detive e pra não deixar esse grito morrer na minha garganta preciso pelo menos, registrar aqui. O câncer não pode me deter, imagine se vou me converter à meia dúzia de palavras sem nexo e a um sobreolho franzido. Fiz apenas uma cara de desagrado, ela me olhou surpresa, as feições espantadas, o maxilar rígido e desconfiada. Tive vontade de rir nessa hora mas, me detive e conclui em tom de catedrática e exegética: eu tenho histórias para contar, teses para defender e pontos de vista para demonstrar, eu intuo mais do que vejo e penso mais do que farejo e parei por essas palavras. Não vale a pena gastar o meu português. Na manhã seguinte, ao conferir minha caixa de e-mail veja o que ela me enviou: “A doença se manifesta no corpo físico por causa de conflitos interiores que antes de serem somatizados no corpo físico, estão presentes no nosso emocional, como depressões, medos, inseguranças, angústias. Acidentes: São causados por raiva dos outros ou de si mesmo, sentimentos de carência, desesperança e desejo de atenção. Aids: Raiva de si mesmo, culpa sexual, vergonha, baixa auto-estima, sentimentos de isolamento e solidão. Alergias: Irritações consigo mesmo, ou com outras pessoas ou com a vida, a maioria das alergias são causadas por traumas antigos. Câncer: Raiva reprimida por si mesmo, ou dos outros, falta de ajuda, irritação, desistência da vida, vontade de morrer. E por ai vai, a lista é de umas 30 doenças e suas causas. Fiquei pensando como é difícil meu Deus vencer o câncer. Busquei o Código de Defesa do Consumidor pra vê se poderia processar essa tal “mestra” por ferir a minha capacidade de raciocinar: nada a meu favor. Não vou comentar a atitude dela porque não vale a pena mas, por essas e outras atitudes de pessoas para comigo percebo claramente como a doença é ainda cercada por mitos, tabus, crendices oriundos da cultura popular a maioria acredita que o câncer é causado pelo estresse, que são mães que não amamentam, que é a alimentação enfim. Eu nunca fui estressada, sou elétrica como dizem meus amigos, sou esparafatosa, sou alegre e extrovertida. Não guardo rancor, afinal estudo uma Doutrina que ensina a respeitar o próximo e a não vibrar no ódio mas, longe de ser alienada, as questões sociais ou as injustiças se assim fosse esses escritos não existiriam porque eu certamente não teria o que contar. Conheço pessoas aqui mesmo no conjunto onde moro que são revoltadas, de mal com a vida, emburradas e infelizes e nem por isso foram acometidas pelo câncer. Tenho 3 filhos e amamentei os três no seio de 3 a 4 meses. Cerca de 26% dos casos de câncer no Brasil poderiam ser evitados com a simples adoção de hábitos de vida mais saudáveis, revela um estudo internacional do Fundo Mundial de Pesquisa do Câncer (WCRF, na sigla em inglês). Medidas simples, como reduzir a ingestão de alimentos gordurosos e de álcool. Limitar o consumo de carne vermelha e comer pelo menos cinco porções de frutas e vegetais por dia são outras precauções desejáveis, assim como praticar 30 minutos diários de atividades físicas, trocar a farinha refinada branca pela integral. Sempre malhei, sempre tive cuidado com a minha alimentação, nunca comi carne de porco, nem outras carnes pesadas, nem mal passada. Nunca gostei de conserva apesar de ser Conserva. Apresuntado nunca comi, salame, calabresa e por aí vai. Algumas pessoas acreditam que eu tive câncer porque minha mãe teve mas, a especialista Maria Elisabeth Mesquita, mastologista do Hospital das Clínicas, em São Paulo esclarece que desenvolver ou não um câncer de mama não depende da hereditariedade: apenas 8% das pacientes têm, de fato, outros casos na família e que não há estudos que comprovem que o estresse causa câncer e que o câncer não está associado a uma causa única, sempre existem inúmeras razões possíveis e que podem ser combinadas das mais diferentes formas. A cultura popular diz que o câncer tem raízes psicológicas, em geral ligadas à repressão de sentimentos, e o de que a manifestação da doença é uma espécie de punição. A crença de que a doença é uma forma de punição, no entanto, está muito enraizada na história cultural da humanidade. É possível encontrar esse conceito já em poemas da Antiguidade grega, como a Odisséia, a narração de Homero escrita quase 900 anos antes da era cristã. O próprio cristianismo cuidou de reforçar a idéia de que certas atitudes mentais produzem doenças graves. Na nossa cultura a doença está ligada a punição, castigo, então vamos imaginar pra doença da matéria um Deus também material. A imagem de um Deus que pune e se vinga. Então entra a parte religiosa e diz que é raiva reprimida, que é a não aceitação e si, é castigo porque a pessoa se distanciou do próximo, da caridade etc. Isso pra alguém comum até que entendo mas, pra um espírita que interpreta os acontecimentos com as lentes da reencarnação, é inadmissível pensar assim, e Chico Xavier? Que foi acometido por tantas doenças. Ele dizia que “de dez em dez anos Deus o presenteava com uma nova doença”. Vai ser difícil nos desvencilharmos desse processo de culpa. As terapias de apoio contemporâneas procuram desfazer esse tipo de associação. Considero-me uma domadora de câncer porque ele trabalha em meu beneficio e só eu sei como, mas, meu corpo não está preparado para conviver com as células em mutação por isso terei de matá-las, seria o caso de me desculpar. Não preciso de sofrimento pra dá valor à vida, não preciso sofrer pra me tornar melhor, eu sou melhor a cada dia, com meus erros e acertos e tenho tanto zelo pela vida que não temo a morte. As doenças reais e básicas no homem são certos defeitos como o orgulho, a crueldade, o ódio, o egoísmo, a ignorância, a instabilidade e a ambição, tais defeitos é que constituem a verdadeira doença, e a continuidade desses defeitos, se persistirmos neles, é o que ocasiona no corpo os efeitos prejudiciais que conhecemos como as deformidades do corpo físico e as enfermidades. Talvez possa me deter nessa verdade pra explicar meu inexplicável contentamento em relação a ter um câncer. Quando encontro pessoas conhecidas no centro da cidade ou os moradores aqui no conjunto Morada das Árvores, ou até no Centro Espírita e me perguntam como estou, respondo que estou ótima, então me olham com espanto porque o comum seria estar destroçada, perturbada pela ameaça de morte, com uma montanha de problemas para resolver. Alguns querem me tocar, abraçar, outros choram, todos dizem que estão orando, e concordam que eu estou mesmo ótima. A minha firmeza amedronta alguns, sorrio da situação. O câncer destroça qualquer um, a mim não. Sem estudo não chegamos a compreender a Doutrina do desprendimento, só o materialista é escravo do corpo físico e há muitos anos que estudo uma Doutrina perfeita em todos os sentidos, que ensina a se desprender do corpo físico, que ensina a morrer. O materialismo nos dificulta o caminho. De nada valeria o tempo empenhado em leitura e o dinheiro empregado na compra de livros se na hora crucial da minha existência eu falhasse com medo da morte. Que ela venha hoje, de madrugada, amanhã de manhã, à tardinha, de câncer, de aneurisma, de infarto, etc. Alguns dizem: suas filhas dependem de você, digo: não, não são minhas filhas, apenas nasceram de mim e são espíritos que conseguirão se desenvolver sem mim porque são suficientemente velhos para isso. Quando eu estava grávida de dois meses de Scheila, meu corpo empolou e fui Pra Dr. Getúlio irmão de Terezinha, (ambos espíritas) ele disse que provavelmente fosse rubéola e que deveria fazer exame que deu positivo, nós três, eu ele e Bira, fizemos uma prece naquele instante de mãos dadas agradecendo a Deus por ter confiado em nós. E não nos importamos com nada. Esquecemos o fato. O tempo passou e na ânsia de comprar o enxoval nos esquecemos do problema e aos nove meses nasceu uma menininha perfeita e a gente nem lembrava da rubéola, depois lembramos quando ela já tinhas uns cinco anos. No caso de ter uma filha deficiente teria muito medo de morrer. O medo de morrer é compromisso assumido e não realizado, é medo do acerto de contas. Como se dizer espírita e na hora do teste falhar? Como se dizer espírita e não usar as lentes da reencarnação interpretando os fatos a luz do materialismo?

Espero a morte com alegria mas, meu inconsciente está consciente de que o presente nada mais é do que uma movimentação em prol de um trabalho, algo assim. Hoje abri o livro de Luiz Sérgio, Cascata de Luz e me deparei com os seguintes ensinamentos: “Cada um recebeu o seu talento; se os deixar enterrados, virão às depressões, as doenças. Não porque alguém nos castigue, é que cada um recebeu em seu corpo físico muitos fluidos que tem de manipular em favor do próximo. O equilíbrio de quem possui uma tarefa depende de sua maneira de viver, e deve conquistar a mansidão, a humildade, a caridade, o amor, do contrário sofrerá o ranger dos dentes, que quer dizer o remorso das oportunidades perdidas”. Me reporto a Questão 913 do Livro dos Espíritos e agradeço a Jesus pelo câncer. Essa passagem veio confirmar do que meu inconsciente ta consciente. Acredito que depois de todo aprendizado da doutrina e benefícios inúmeros no Centro Espírita Jesus de Nazaré, eu precise voltar à minha terrinha, seca, humilde, esturricada e fazer um trabalho social que espera alguém e esse alguém pode ser eu. Por isso que penso em não mais voltar mas, de repente posso estar enganada, apenas me trato e retorno meses depois. A mensagem de Luiz Sérgio mexeu comigo e aproveitando, no rodapé desse mesmo livro, encontrei uns escritos de caneta datado de 2005, escrevi: “cinco coisas pra fazer antes de morrer: ler toda a obra de Luiz Sérgio, toda a obra de André Luiz, fundar um grupo de fraternidade, visitar as obras de Aleijadinho em Congonhas com minha mãe, e por último escrever, escrever e escrever. Adoro a minha história de vida. Ela tem justamente os ingredientes que almejei a vida toda que foi escrever e Deus ainda me deu algumas outras coisas para tornar a minha vida muito mais feliz. Eu sempre quis ser escritora e é isso que sou. Quando eu era pequena dizem que eu falava que iria fundar uma cidade, lembro que escrevia poesias e pedia a meu pai pra publicar. São tantos escritos que fundei uma cidade de palavras. Só Feira de Santana pra me dá essa oportunidade porque minha cidadezinha esturricada não tinha condições. Mesmo com meu sotaque carregado e ingenuidade dos 24 anos o feirense acreditou que eu poderia escrever algo razoável e foi abrindo-me as porta e eu fui entrando. O primeiro livro “Marchas Recíprocas” em 1988 foi Ubirajara que patrocinou e seu Valter Livramento fez a festa de lançamento no Monte Pio dos Artistas Feirenses. Sobre o título desse livro, eu era uma garota quando no estado entre o sono e a vigília vi um homem me dizer que meu primeiro livro seria “Marchas Recíprocas” e quando eu estava escrevendo lembrei do sonho e o título se encaixava direitinho no livro. O segundo foi “Paraíso com nome de Feira” eu e Seu Joaquim Gouveia. O terceiro, o quarto, o quinto e o sexto foram livretes iguais a esses e teve a UEFS como apoiadora, foram eles: “Serra Talhada numa perspectiva histórica”, “Lampião dançava, cantava, compunha e foi poeta”, “Vida social e genealógica dos povoadores do Distrito de Mátria Quiteria”, “A vida de Alberto Alves Boaventura”. O sétimo, “A cidade e seus sentidos” também foi na UEFS que encontrei apoio. Fui convidada a participar de algumas antologias e coletâneas como: “Selecta de poesias” organizado por Giovanni Sá, da Academia de Letras de Serra Talhada, “Memorial poético de Feira de Santana”, organizado Por Lélia Vitor da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana, “Artes Plásticas e Literatura em Feira de Santana”, organizado por Gil Mário Meneses e dois que ganhei em concurso que foram uma antologia, “Feira de Santana seu passado, seu presente e seu futuro” e “Grandes escritores da Bahia”. Espero aumentar a lista de livros publicados aqui na terra e completá-la no mundo espiritual com um autor encarnado como Luiz Sérgio. Todas as vezes que releio os livros de Patrícia ou consulto aleatoriamente “Violetas na janela”, “A casa do escritor”, “O vôo da gaivota” e “Vivendo no mundo dos espíritos” tenho certeza que o melhor da vida é a grande viagem de volta. Não tenho nada o que temer, confio em Deus e em meus estudos. Alçar vôo como a borboleta livre do casulo e ser tratada do câncer na Pátria Maior seria muito privilégio e sei que preciso ainda muito dessa universidade da vida na Terra pra me melhorar. Identifico um medo terrível nos outros quando digo que estou com câncer, alguns não pronunciam sequer a palavra câncer. A maioria das pessoas vive no cárcere das emoções, precisam de antidepressivos, de livros de auto-ajuda, tudo paliativos para uma dor que parece ser aguda e a causa crônica, vive-se no diagnóstico do pânico à beira de um ataque de nervos. Doentes com saúde. Vejo o quanto tenho saúde quando percebo o desequilíbrio nos outros, vejo o quanto a doente é o outro e não eu. O pânico do outro é por temer a morte mas, o pior do câncer não é a morte. O câncer e a morte são insignificantes se comparados a pior doença, a pior miséria, a pior desgraça do ser humano que é o sistema de saúde ou melhor, no que se transformou o sistema de saúde. Os médicos, a maioria, tratam de órgãos e não de seres humanosesão incapazes de enxergar a angústia, as dores, a ansiedade por trás dos sintomas. Mas no mundo capitalista a doença é vista como um produto. O médico realiza negócios em seus consultórios. Técnicos em doença perderam completamente a sensibilidade. Tudo foi estabelecido e eu fui ao hospital São Rafael realizar a consulta com o radioterapêutica marcada precisamente há 12 dias. Após três horas de espera para ser chamada para a consulta encontro um médico cara dura, mal humorado, idoso, estressado que não me cumprimentou, não me recebeu a porta. Esperava dele carinho, atenção para com a minha doença e para comigo, um abraço, um aperto de mão, olhar dentro dos olhos, não teve nada disso, apenas um homem mudo analisando minhas imagens sem me olhar. Falei duas vezes e ele encerrou a minha fala. Ao final pedi um relatório do que iria ser ministrado em mim, ele disse que estava cansado, tinha muita coisa pra resolver e depois me daria. Mas eu bati o pé e disse que só sairia de lá com um relatório. Ele me fez esperar duas horas. Depois, com o relatório na mão pedi pra cancelar a consulta e a rádioterapia e marquei nova consulta no Hospital Português. Sempre digo que câncer não mata, o tratamento dispensado esse sim, é câncer que se alastra e não tem mais cura.

Chorei fartamente e já em casa escrevi um texto de desabafo e sem pensar joguei pra todos os meus contatos de orkut, de e-mail, de comunidade, em meus blogs. Passada a crise de choro refleti sobre minhas atitudes e me arrependi com o destino que dei as minhas emoções, ao meu desabafo e a minha crise de afeto. Eu não deveria ter publicado o desabafo. Pois eu feri os brasileiros, fui grossa e criança e mesmo assim meus amigos mandaram palavras de conforto, de força e coragem. Dentre os comentários destaco o de Gláucia Cristina e o que minha filha escreveu, gostei muito, muito bem escrita pra quem tem apenas 14 anos e quer ser jornalista. Ela começou assim: “crítica construtiva para Helena Conserva. Adorei teu desabafo no blog, inclusive quando você narra o que acontece com as pessoas que não lutam pelos seus direitos e que se conformam com tudo, mesmo estando certas. Porém, acho que você deveria corrigir os textos antes de publicar, e lembrar que na França (que por sinal não é sua pátria), também existem problemas sociais como em qualquer outro país. E tome cuidado ao chamar as “gentes” de bicho, pois você esta inclusa nesse grupo. E não deixe se tornar ridícula a sua descrição do Brasil usando termos como: ‘... dos filhos teus é macaco, jumento e porco’. Assinado: sua filha Monalisa Conserva”. O outro comentário: “Olá helena, pois é, temos que parar de achar que médico é Deus, porque quando nos aborrecemos com uma vendedora em uma loja esculhambamos com as coitadas que recebem ordens de superiores e não temos coragem de fazer o mesmo com os médicos que recebem seus salário dignos para atender os pacientes. O que falta na formação acadêmica é uma disciplina de humanização ou os médicos vão continuar tratando os pacientes como querem... um abraço. Gláucia”

A doença é um excesso, um trauma, uma expressão de busca de restabelecimento do organismo. No momento da consulta o médico deve esforçar-se, concentrar-se em ajudar a pessoa a se sentir mais confortável e mais aliviada de seu sofrimento, de suas expectativas. O consultório deve ser um espaço de apoio na recuperação de pacientes oncológicos e também de reestruturação psíquica e somática através da escuta como ressignificante do adoecimento humano. Mas encontrei um idoso sem paciência, sem olhar nos olhos, sem estabelecer diálogo e ainda grosseiro. Eu não sou uma coleção de sintomas, sinais, distúrbios funcionais, órgãos lesados e perturbações emocionais, sou uma criatura humana temerosa e esperançosa, procurando alívio, auxílio e segurança. Não quero ser tratada com grosseria. Exijo que me tratem bem. Não sou mendiga de cuidados médicos me sujeitando às humilhações e grosserias porque preciso. O mal prolifera porque existem os bonzinhos, mendigos dos cuidados médicos que se omitem por timidez e medo. Eu exijo. Não estou mendigando favores é direito meu. Precisamos vencer o câncer, o despreparo e o descaso dos médicos e das pessoas que cuidam de nós enquanto doentes e a pressão da sociedade então, é uma guerra e não é a toa que dizem que somos guerreiras. Na indústria do câncer não existe paciente/paciente, todas nós somos clientes, então de um lado está o cliente acreditando que possa existir laços de amizade entre o médico e ele. A maioria dos médicos atura o cliente/paciente porque infelizmente depende dele para ganhar o seu, portanto ter que ouvir nossas queixas é terrível mas, depois ele vai espairecer nos Estados Unidos.

“Um médico mercenário é mais assustador que um animal enfurecido; o animal pode ferir nosso corpo, mas um médico mercenário pode ferir nossa alma”. Helena Conserva

Em 2006 precisei de um cirurgião plástico para reconstruir meu seio e pôr silicone no seio contra lateral. Esse processo que iniciou em 2006 teria terminado em 2007 se o médico não planejasse me explorar pra receber do meu plano de saúde. Segundo advogadas que me orientaram isso é crime podendo chegar às raias de lesão corporal grave dolosa. O médico logo na segunda consulta perguntou se eu trabalhava no Banco do Brasil, perguntou por meu marido porque fui só. Ingressamos com processos o CRM – Conselho Regional de Medicina, no Ministério Público e no Juizado Civil. Esse médico realizou vários procedimentos cirúrgicos sempre trocando um silicone que ficou pequeno por outro também pequeno propositadamente. A Cassi enviou relatório do ano de 2008 informando que o médico recebeu dez mil reais, sem contar com o que recebeu nos anos anteriores. Final de 2008 ele foi passear nos Estados Unidos. Os procedimentos para troca de silicone sempre eram acompanhados de vários outros procedimentos menores que ele deixava por fazer. A primeira medida foi pedir cópia do meu prontuário no Hospital pois, tenho prova documentada e carimbada de tudo o que reclamo, e cópia da minha pasta no arquivo do juizado civil. Ele me expos aos riscos da anestesia geral e às infecções hospitalares sem falar no desgaste emocional, físico e econômico. De 2006 até 2008 foram realizados cinco procedimentos cirúrgicos entrando no sexto que, foi marcado e desmarcado por três vezes em razão da minha insegurança. Por três vezes cheguei a realizar os exames pré-cirúrgicos e no hora H, desistia. Pois, ele disse que o sexto procedimento seria no ambulatório com anestesia local depois, mudou radicalmente pra anestesia geral com mais dois procedimentos que seria a suspensão da prótese que segundo ele estava arriada e a correção do mamilo que ele propositadamente fez um maior do que o outro para poder receber do plano por mais um procedimento. A irritação e o estresse da situação a que ele vinha me submetendo me levou a analisar criteriosamente seus atos e ter a certeza de que estava sendo usada de uma maneira desonesta, mesquinha e covarde.

A cada cirurgia além da rotina cansativa dos exames pré-cirurgicos, pré-anestésicos, o constrangimento da perícia na sede da Cassi (Plano de saúde) em Salvador, também teria de me dirigir até o juizado para entrar com uma petição pois, se consegui todas as trocas de silicone que ele propositalmente prescreveu foi por força de liminar. Situação muito estressante. Diversas vezes fui ao juizado mover ações contra a Cassi que se negava a autorizar as trocas de silicones que ele solicitava. As audiências de conciliação, instrução e julgamento, muitas vezes o sistema da internet não respondia, estava “fora do ar”, como se diz, e eu tive que retornar no outro dia para a audiência ou em outra ocasião, tortura para mim. Noutras eu estava no pós-operatório tendo de pagar táxi pra me levar ou levar a justificativa da minha falta. Foram cinco cirurgias e cinco processos. Após cada cirurgia os remédios prescritos eram caríssimos como o Clexane, 4 ampolas custa R$ 130,00 e o Cipro que custar R$ 80,00 apenas seis comprimidos. Algumas vezes amigos chegaram a insinuar que os médicos, alguns se aproveitavam da situação porque a Cassi paga um pouco mais, mas, a minha fragilidade por conta da doença me impedia de estabelecer conexão com o óbvio. Eu não cogitava dessa possibilidade em hipótese alguma, pois eu acreditava nele cegamente.

Na primeira cirurgia em setembro de 2006, ele colocou um silicone bem menor, muito menor do que o seio reconstruído. Eu fiquei muitíssimo infeliz ao me vê naquela situação constrangedora e humilhante pois, ainda tinha que me expor para os residentes. Ele disse com muita simplicidade: “foi você que escolheu a prótese pequena Helena”. E colocou isso em um relatório, (tenho provas de tudo o que afirmo e que esse processo tem 180 folhas), depois completou: “daqui a seis meses a gente troca esse silicone”. Ele falava com tanta simplicidade como que me propusesse a troca de uma peça de vestiário. Quanto à escolha da prótese ter sido minha ou não, já não adiantava questionar, eu iria passar seis meses naquela situação e depois enfrentar outra cirurgia. Muito embora eu não me lembre em momento algum de ter escolhido silicone, muito menos pequeno demais. Isso nunca ocorreu, fazia parte dos planos dele para uma segunda cirurgia. Essas palavras ele pôs na minha boca. Ele repetia incessantemente diante de todos que foi eu quem escolheu o silicone pequeno. Parecia que queria me convencer de que o erro foi meu. Mesmo que eu tivesse feito a escolha do silicone pequeno, segundo a Portaria do Ministério da Saúde sobre os direitos do paciente ele agiu erradamente pois, segundo os Arts. 46, 48, 56, 59, 70 dessa portaria; teria o médico solicitado que paciente ou seu responsável desse o consentimento por escrito. Ainda a mesma portaria diz que ele deveria me esclarecer quanto ao possível erro da minha escolha. Isso deixa bem evidente a intenção do médico.

Então em outubro de 2007 houve a segunda cirurgia agora para a troca do silicone por uma prótese ajustável e permanente mas, ele mudou os planos sem me consultar e trocou por uma prótese expansiva que em seguida teria de trocar por outra definitiva. De 15 em 15 dias eu comparecia ao hospital para colocar 60 ml de soro no silicone até atingir o tamanho desejado. Ao todo foram seis viagens. A terceira cirurgia ocorreu no dia 16 de outubro de 2007 e foram realizados, também outros procedimentos como: correção de assimetria mamária, correção de cicatriz abdominal com retalho e correção de cicatriz em mama. Na ocasião ele solicitou cinco tamanhos diferentes de prótese, duas a mais e duas a menos para que nada desse errado. Esse cuidado foi dele para camuflar mais uma vez as suas intenções perversas e criminosas. A situação foi desesperadora para mim quando retirou o curativo no consultório e eu voltei pra casa com o seio novamente pequeno. Desespero, revolta. Na próxima semana quando fui novamente fazer o curativo eu perguntei: e agora doutor? Ele disse muito calmo: “faremos uma lipoaspiração e completaremos com gordura e o seio ficará do tamanho do outro Helena”. Ele tinha as soluções prontas porque tudo foi premeditado. Mas, eu disse, “a Cassi não paga a lipoaspiração e eu não disponho de recursos para isso”, ele disse: “nós colocamos outro número de protocolo”. Entendi que ele ia fazer um procedimento e solicitar outro. Então foi assim que sucedeu e marcamos o novo procedimento, a quarta cirurgia . Nesse dia ele disse que eu tinha uma gordura localizada entre as coxas, eu disse que não tinha e resolvemos conferir e ali, nós dois decidimos que seria bom retirar a gordura do quadril e eu insisti que ele visualizasse muito bem o local para que nada saísse errado, ele disse que eu teria que ficar nua pra ele me marcar no dia da cirurgia e já sai de lá naquela ocasião com os relatórios: um pra perícia e outro pro juiz (estão em anexos), com as solicitações dos exames pré-cirúrgicos e guia de internamento e tal e tal. No dia marcado 8 de fevereiro de 2008, ele foi ao meu apartamento e marcou o local como disse que faria mas, não retirou a gordura de onde marcou, retirou de um local um pouco abaixo ficando esteticamente feio. Tive vontade de morrer mas, pior seria um peito grande e outro pequeno. Tratei de me conformar.

A gordura que ele colocou no seio sumiu em alguns dias e meu seio ficou além de pequeno, murcho. (Não vou falar do meu desespero). Ele decidiu que trocaríamos de prótese mais uma vez e marcamos o novo procedimento para 5 de setembro de 2008, e na ocasião já saí de lá com os relatórios: um pra perícia e outro pro juiz, com as solicitações dos exames pré-cirúrgicos e guia de internamento e tal e tal. A quinta cirurgia. Dessa vez ele colocou a prótese ajustável e permanente de Becner 35 da Menthor, que ele deveria ter feito desde o início, ainda me disse: “essa prótese chegou ao Brasil ontem, e ontem eu a conheci em um congresso aqui em Salvador”. Pesquisei na internet e constatei que há mais de 12 anos as próteses de Becner 35 da Menthor são comercializadas aqui no Brasil . De 15 em 15 dias eu me dirigia ao hospital pra pôr o soro na prótese, (todo processo novamente) até adquirir o tamanho almejado totalizando 6 viagens, com a diferença que não trocaria mais a prótese, ela é permanente apenas, sob anestesia local ele retiraria a válvula. Esse procedimento, já citado no início, foi marcado por 3 vezes. Ele disse que a anestesia seria local, no ambulatório, depois disse que seria geral, no centro cirúrgico porque, além da retirada da válvula ele também suspenderia o silicone e faria a assimetria de um dos mamilos que propositadamente ele fez um maior do que o outro para poder receber do plano por mais um procedimento.

Durante este tempo que andei pra o São Rafael nas mãos do Médico Monstro ocorreu comigo vários incidentes para os quais redigi registros em forma de queixas para o sac. do hospital (vide anexos), (que nunca houve retorno), e em outras oportunidades publiquei relato nos jornais com os quais contribuo (vide anexos). Nessas ocasiões eu estava em um estado de nervos à flor da pele. O tratamento que não tinha fim, os resultados nunca eram os esperados. Passei por situações inimagináveis. Por duas vezes compareci ao hospital pra cirurgias que não ocorreram por negligência não minha e sim dele. O estresse da situação que ele me colocou deixou-me extremamente explosiva. Pois ninguém poderia falar mal do Dr. que era a minha esperança de tudo acabar bem mas, o meu restabelecimento não ocorria nunca. A convivência passiva só existia com o Dr. Francisco que, pra mim era como se fosse um Deus, eu o venerava, via nele a minha cura, a minha vida de volta e agradecia a Deus por ele existir e querer cuidar e mim. O meu subconsciente comprometido pelo emocional entendia que ele queria o melhor pra mim, dessa forma eu enviava torpedos para o celular dele dizendo que o adorava, que Deus o protegesse, que sabia que ele queria o melhor pra mim. Em outra ocasião publiquei um texto elogiando-o em um dos jornais para o qual escrevo. Tinha medo que ele desistisse de cuidar de mim porque as coisas não davam certo e eu imaginava que, a culpa fosse minha, do meu organismo que não correspondia às expectativas, jamais imaginei que fosse manobras dele pra explorar meu plano de saúde. Estou requerendo na Justiça a reparação do meu direito e a apuração da culpa ante a lesão indiscutível ao meu direito individual, à minha integridade física, que com culpa do agente causador, tive como conseqüência os danos materiais e morais, com a dor física e a diminuição da minha auto-estima por conta dos transtornos que me sucederam por culpa do agente. Se não houver um retorno favorável ainda posso processar o hospital como responsável pelo quadro de funcionário. È Lei, posso processar o Estado da Bahia e ir até mais adiante. Vou enviar um exemplar desses escritos para o médico, ele é muito corajoso não vai ficar intimidado não. Há ainda, revelações muito mais comprometedoras que serão feitas nos dias das nossas audiências porque os processos correm no âmbito criminal, civil, no Ministério Público e depois, de quebra, ainda tem a indenização pecuniária na justiça comum. Contrate um advogado doutor, um muito bom, confie nele como eu confiei a você a minha saúde, e esse advogado poderá fazer manobras com você, como você fez comigo. Como você não entende de leis, como eu não entendo de medicina, só Deus pra ter piedade de você como teve de mim. De todas as maneiras doutor você se comprometeu com a Lei dos homens e o que é pior, com a Lei de Deus. Quando avistar uma pessoa com um aleijo bem triste, tenha certeza que não é castigo, Deus não castiga, apenas dá a chance da criatura depurar seus erros em um corpo deformado porque a vida não acaba no túmulo, transcendemos a tudo isso, e a pior notícia doutor é que somos eternos e herdeiros das nossas ações. Tenho certeza que eu não fui a primeira vítima sua, serei a última.

Vamos analisar o processo e averiguar que tudo anda na contramão. Se não temos um plano de saúde morremos mais rápido porque com o médico não se pode contar, com o SUS também não. Se tivermos um plano de saúde bom, o médico se aproveita dele pra ganhar. Por outro lado os planos de saúde são só de saúde. Na hora que adoecemos eles negam assistência porque eles são de saúde e ainda tem o agravante que não entendo muito bem, parece que há um acerto dos planos de saúde com os médico em relação à solicitação de exames que eles se recusam a solicitar, não estou bem interada mas vou pesquisar. De quebra ainda temos a indústria farmacêutica, as revelações são bombásticas mas, não sou eu quem afirma, apenas eu vou da um Ctrl C e depois um Ctrl V, que quer dizer, copiar colar. Está tudo na internet. Abra o Google e ponha a seguinte frase: “É promiscua a relação entre médicos e a indústria farmacêutica”. Basta isso. “Muitos médicos se transformam em garotos-propaganda dos laboratórios”. A afirmação é do médico corregedor Roberto d’Ávila CFM/SC, publicada na Folha de São Paulo, 29.08.05. Veja que tudo ocorreu em 2005, digamos que hoje em dia não há mais essa prática mas, nada impede de ficarmos sabendo. A população precisa saber que “um quarto do valor pago pelos medicamentos prescritos são retornados em parte para os médicos na forma de brindes, refeições, hospitalidade e campanhas promocionais. O controle da fidelidade do médico é feito através das farmácias que ficam com a prescrição e enviam cópia para os laboratórios em troca a farmácia ganha brinde ou dinheiro. E assim os brasileiros são notícias nos jornais internacionais como da secular revista médica inglesa, British Medical Journal, que compara as atitudes dos médicos brasileiros com aquela entre predadores (médicos e industria farmacêutica) e presa (paciente), caracterizando uma relação predominantemente comercial. Esta atitude enviesada para o contexto da saúde humana deixa cicatrizes em todos os lados. Esse é um contexto tipicamente de países onde a educação ainda não é prioridade nem de qualidade pra todos. Funciona assim, o médico recebe bônus, sob a forma de viagens para eventos de suas especialidades, graças ao seu compromisso de prescrever medicações de um determinado laboratório, produtos mais caros em condições que se configuravam como corrupção. Mais grave ainda era o fato de que havia uma negociação aberta entre o médico e a indústria, na troca das passagens. O acúmulo de créditos servia para outra viagem, em época de conveniência do médico, para um destino diferente do proposto inicialmente, que tinha uma causa nobre: A educação continuada do médico. Ainda havia os que trocavam a viagem pelo equivalente em moeda corrente. Só alguns poucos faziam a viagem conforme havia sido programada inicialmente”. Denuncie ao Conselho Regional de Medicina do seu estado. Não se omita. Pior que câncer de mama é quem se omite. O caso é bem mais sério do que pensamos. Necessitamos, nós mulheres ficarmos muito atentas às manobras. Vejamos: Entrou em vigor ontem a lei 11.664, de 2008, que garante às mulheres com mais de 40 anos o direito de realizar mamografia gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Essa é a Lei, mas para fazer o exame tem que ter uma prescrição médica e aí é que se encontra o embate. Uma mulher na comunidade disse que aqui em Feira de Santana procurou o médico pra prescrever o tal exame e o mesmo disse que ela não tinha indicação, que a indicação era um caroço. Tá certo, o médico não tem interesse em prevenir. Então para quê a Lei? O que nesse caso deve ser feito? Deve se procurar o juizado civil com a cópia da lei, que pode ser impressa no computador, xérox do CPF e RG e comprovante de residência, endereço da clínica, nome numero da inscrição no CRM do médico. Lá no juizado os funcionários escrevem o comunicado com base no seu relato. Melhor mesmo é aposentar o MSN e usar a internet como ferramenta de pesquisa e estudo. O tratamento de câncer deveria ser individual mas, há um esquema que a maioria das mulheres são sujeitas a ele. Eu chamo “kit câncer de mama para mulheres desinformadas” que é: é: 5mastectomia radical, esvaziamento axilar, quimioterapia e radioterapia. Mas eu li bastante e descobri que poderia fazer primeiro a quimio para inibir o tumor e fazer uma mastectomia menos agressiva. Iniciamos imediatamente a quimioterapia e eu continuei lendo e descobrindo mais coisas, descobri que poderia ser feito a biópsia do linfonodo sentinela, mas era tarde pra esse procedimento que não faz parte do kit porque não pode ser realizado em clínicas particulares. Depois descobri que a radioterapia deveria ter sido ministrada primeira porque ela pode queimar o braço e desencadear o linfedema (os médicos não perdem tempo falando do linfedema porque não tem tratamento e assim não é interessante pois não irão lucrar), e se não queimou a minha axila foi porque a máquina da Clínica estava velha, de nada valeu aquele tratamento, tanto é que ela agora foi extinta, aliás valia um belo processo mas, aqui é tão razoavelmente pobre que não tem como investigar então o processo não procede. O correto seria tratar as duas mamas, mas como eles dizem: não há indicação para a segunda, interessante é ter depois câncer na outra mama e voltar à clínica pra nova investida. Comigo foi diferente eu apenas exigi encaminhamento pra tratar as duas mamas. Decidi também fazer todos os procedimentos de uma só vez. Até que o médico me orientou a profilática (quer dizer prevenção), com implante de silicone na outra mama. Ele me poupou horas de leitura em frente ao computador. A medicina foi contagiada pelas leis de mercado. A descrença leva os pacientes a procurar um diagnóstico e um tratamento seguro pela internet. Muitas vezes compareci a clínica já sabendo que tratamento deveria propor ao médico para ser ministrado em mim. São esses os conflitos do mundo moderno. Visitei vários consultórios para encontrar o melhor cirurgião. Alguns não faziam meu tratamento todo de uma vez, como eu queria, os que faziam eu não senti confiança e o que eu senti, me enganou mesmo com toda leitura, com todo cuidado e com todas as exigências minhas. Fiz toda essa busca e encontrei um cirurgião monstro, imagine quem pega o primeiro que aparece. O médico que escolhi depois de exaustiva busca foi o pior que alguém pode encontrar. Numa doçura, num carinho, um zelo fora do comum. Muito gentil ele calculou direitinho como me enganar, me explorar à custa de várias cirurgias uma atrás da outra e depois foi passear nos Estados Unidos. “Conhecer o currículo do profissional é importante. Antes mesmo de ir à primeira consulta, você pode ter mais informações sobre o médico fazendo uma pesquisa sobre o seu currículo na internet. Verifique se o médico está credenciado para desempenhar a função. Para isso, descubra se ele fez residência médica, se tem título de especialista e se está registrado no Conselho Regional de Medicina (CRM) de seu estado”, aconselha Maria Del Pilar Estevez, oncologista e coordenadora do Ambulatório de Oncologia Clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. “Pelo CRM é possível, ainda, checar se o médico é ou foi alvo de processos judiciais por erro médico ou má conduta ética, acrescenta a especialista. Isso não é feio, não é ilegal”. Mas continuando o descaso. O “kit câncer de mama para mulheres desinformadas”, prossegui após a cirurgia. Após a cirurgia deveria ter sido encaminhada pra fisioterapia e para a drenagem linfática, não fui. Soube nas comunidades de câncer em contato com pessoas que fizeram o tratamento em São Paulo e tiveram essa orientação. Disse ao oncologista/mastologista: você esqueceu de me encaminhar pra fisioterapia e pra drenagem linfática. Ele encaminhou através de prescrição. Também disse que estava muito insegura quanto ao tratamento. Ele disse: “vou então te encaminhar para a psicóloga aqui da clínica”. Marquei, compareci e a tal psicóloga apenas me olhava. Quando eu cheguei estava muda, quando eu saí ficou calada. A Rede Globo exibia, na época uma novela que uma cliente procurava um psicólogo e na consulta ambos ficavam calados o tempo todo, ficção. Vai vê que ela pegou a deixa. Interpretei que paciente é mesmo cliente e enquanto paciente não temos valor. Fui embora e não voltei mais. O oncologista/mastologista ministra o tamoxifeno e na própria clínica recebemos o remédio e em casa tomamos um por dia. Essa é a orientação. A clínica compra o genérico, agora se o plano paga o valor do tradicional, não sei. As minhas amigas das comunidades de câncer que fazem tratamento em São Paulo, algumas pelo SUS disseram-me que o oncologista/mastologista que tem responsabilidade tem também consciência da necessidade do controle dos efeitos colaterais do tamoxifeno e a cada seis meses elas vão ao oculista e ao ginecologista. Nunca fui orientada para isso, faço por conta própria. Uma amiga na comunidade de câncer me disse que o médico dela também não indicou nada, nenhum acompanhamento, mas ela teve hiperplasia endometrial, com o útero crescido, com volume de 300cc, e já vinha com um leve sangramento que tinha aparecido que evoluiu para uma hemorragia, ficou anêmica e por fim teve que fazer uma histerectomia, tirando útero, trompas e ovários. A médica afirma que o problema foi causado mesmo pelo tamoxifeno. Os critérios para utilização do tamoxifeno são indicados através de uma avaliação imunoistoquímica. Vale ressaltar que há mulheres que nada sentem. Eu recebo mas não uso porque não confio. Pra mim ele é um protocolo da indústria farmacêutica pra ganhar em cima do “vosso’ medo da morte, dou a minha mãe que confia e usa e morre de medo de morrer (Elbert Hubbard diz: Não leve a vida muito a sério, você nunca sairá vivo dela). Uma caixa custa 85,00 reais, ela disse que a primeira vez que foi pegar o tamoxifeno gratuito no hospital em Recife, a fila atravessava o corredor, adentrava no pátio, descia pelo jardim e dava a volta no quarteirão, ela disse: “se eu pudesse vendia, mas como não posso vender também, não quero pegar essa fila pra ganhar, prefiro comprar”. È muito dinheiro todo mês que a indústria farmacêutica arrecada com a indústria do câncer. Dizem que “a verdade de hoje é a mentira de amanhã”. Daqui há alguns anos os noticiários dirão que o tamoxifeno não faz efeito nenhum sobre o que se supunha. Recebo três caixa por vez, vou quatro vezes a clínica por ano, minhas amigas vão doze, recebem uma por ano e perguntam como eu consegui, eu digo que, expliquei ao juiz por escrito os motivos e ele achou justo e deu a ordem para o plano de saúde. Então fui falar com o mastologista/oncologista sobre quando começaríamos os exames de acompanhamento e ele disse que há dez anos não se faz mais acompanhamento, a indicação é dor, se tiver dor então ele averigua. Qualquer pessoa poderá ler nos sites sobre câncer de mama sobre a importância do acompanhamento do paciente oncológico. Mas como cresce os casos de câncer em mulheres e cada médico tem no mínimo uma mãe, uma mulher e uma filha é bem provável que ele venha violar esse protocolo me breve. Ainda acrescentou que é muita despesa para os convênios porque é grande o número de mulheres com câncer. Pensei que eu já tivesse ouvido de tudo nessa vida mais, faltava isso. Fiquem atentas ao acompanhamento, ele é imprescindível. Se o médico não realizar o acompanhamento ele sabe que estará agindo errado mas, tem cobertura. È o protocolo da medicina que orienta que, os exames só serão requisitados se houver dor, então minta. Foi assim que fiz. Ele prescreveu a cintilografia depois que eu menti que estava com dores na coluna lombar aí descobriu-se uma alteração na Cervical que estou tratando. Se até o momento evoluiu sem dor, até que eu fosse sentir dor já teria invadido outros órgãos. Então veja que tudo está contra nós, não dá pra ficar em casa pensando na doença ou se lamentando da sorte, é a tal coisa: se correr o bicho pega e se ficar ele come. Temos que ler e averiguar os procedimentos que o médico vem realizando sempre pesquisando na internet em sites confiáveis como: Oncoguia, Mamainfo, Abrale, Medicinacomplementar. Põe www antes e ponto com ponto br depois. A minha mãe também teve câncer e a sua médica em Recife, Dra. Carla Limeira, faz o acompanhamento direitinho. São eles: raios-X do tórax, mamografia digital e ultra-som, mamografia, abdome total, cintilografia, colposcopia e citologia oncótica, endoscopia digital, ultra-som da tireóide e exames laboratoriais. Os médicos agora são orientados a informar a cliente/paciente que os exames de acompanhamento não são necessários. (a paciente que deseja saber o porquê, pois muitas se conformam apenas com um “não é necessário”) Temos direito a realizar os exames sim, a cada seis meses e se o médico se negar, dirijam-se a Defensoria Pública, somente assim, médicos, hospitais e planos de saúde aprendem que não somos “gados de engorda em seus pastos”. Onde já se viu não fazer acompanhamento. Realizei acompanhamento com Dr. Ézio Novaes Dias em Salvador e o oncologista daqui, geralmente eu mantinha pra no caso de precisar de requisições, de relatórios etc. Para encerrar apenas um episódio: Ontem ouvi a história de uma senhora que procurou um determinado médico depois que sentiu um caroço no seu seio. O médico apalpou o seio e disse: “a senhora esta com um tumor maligno e em estágio avançado. Terá que se submeter à mamotomia. Esse exame o SUS não cobre, plano nenhum cobre, custa 1500,00 e só é realizado aqui nessa clínica e comigo”. (Mamotomia ou biópsia percutânea é um método mais atual que substitui a punção). O médico detectou que era maligno sem fazer exame laboratorial. A mulher foi tomada por um choque. À pressão subiu e ela passou mal. “Talvez morrer naquele momento fosse a minha salvação”, ela disse. Mas graças a Deus ela não morreu e eu indiquei que procurasse outra clínica e me disse, por telefone, que no mesmo dia foi realizado o exame de “Punção aspirativa. Por esse exame ela não pagou absolutamente nada.
Esse é o procedimento correto e não, ser desumano ao ponto de sem nenhum exame dizer que a mulher esta com câncer maligno e o que é pior, se aproveitar da situação dizendo que o exame custa mil e quinhentos reais. É lamentável essa situação. Acho linda essa frase: “Não quero prolongar a minha vida mas, fazer dessa breve existência uma experiência inesquecível”. (Autor desconhecido) kkkkkk impossível depois de tudo que passei entregue aos descasos da medicina baiana. Mas não exagero quando digo que não lhes narrei tudo, há episódios tantos outros, por exemplo, não falei que no Hospital São Rafael o técnico em enfermagem me amarrou durante a noite, do sangue que de Maria da Conceição incompatível com o meu, seria ministrado em mim, se não peço para averiguar o nome. Da enfermeira da plástica do São Rafael que mandou eu me retirar da maca com os pontos em aberto. São episódios e episódios. Se não fosse esses episódios médicos jamais iria embora da terra da heroína do 2 de julho. Vou mas de tempos em tempos voltarei pra encontrar o predador nas audiências, afinal são muitos os processos. Eu me considero uma heroína também. Sou domadora de câncer. Retorno pra minha terra bem melhor do que quando aqui cheguei. Porém, os amigos que conquistei aqui em Feira de Santana e em Salvador jamais esquecerei. Cada um deu sua parcela de contribuição para o meu crescimento e realização. Lembro-me das edições do Jornal Interação, que tentava fazer uma interação entre o movimento espírita de Feira de Santana, só foi possível com a ajuda dos feirenses. Na época recebi uma mensagem dizendo que precisávamos orar e persistir pra o jornal ser fortalecido porque toda divulgação da Doutrina há uma gleba de espíritos trabalhando em prol da sua não realização e eu não soube persistir, havia uma energia negativa que apesar de ser corrigido inúmeras vezes o jornal saia abarrotado de erros e já as vésperas dessa minha viagem encontro um amigo no Centro espírita Jesus de Nazaré que relembra o jornal e diz que, vai destinar uma verba pra colocarmos ele em circulação de novo. Pena que vou embora, ele não sabia. Mas, nada é por acaso. Fica no ar a sua proposta irmão Lauritz e a minha felicidade e realização quem sabe no Plano Maior hem! Como crescer sem ajuda dos feirenses. Quando da criação da Biblioteca Espírita Joanna de Angelis, um homem que conheci fazia alguns dias, me disse que doaria os livros pra uma biblioteca na cidade e eu que também não conhecia Mariinha Pina, Presidente da ARE naquela oportunidade, compartilhei com ela e a mesma compartilhou a idéia com mais um grupo pequeno de pessoas e nasceu a Biblioteca que Iara ganhou de presente pro seu aperfeiçoamento. Nossa como a Lei é perfeita, ela é DEUS. As próteses mamárias que eu e Josefa fabricamos com a força de Betânia e doamos e que agora passará para as mãos de Ester Aires e Liz, também nasceram de ajuda do povo baiano. Não lembro como fiquei sabendo que no Hospital Aristides Maltez fabricava-se prótese e doação. Fiz uma ligação telefônica e em poucas horas estava eu na capital com as gentis senhora responsáveis pelo GAMMA (Grupo de Apoio a Mulheres Mastectomizadas) Hidelgard, Irma, Norma, Suely e Glória a me ensinar a confeccionar sem me conhecer. O polietileno, por ser difícil a aquisição, seria o impasse pra concretizar o sonho então escrevi mensagens para os membros da comunidade das Braskem e na manhã seguinte sem que ninguém me conhecesse, senhor Daniel Garrido e Manuella Jones me ligaram pra que eu fosse pegar dez quilos do polietileno na Polynor no Tomba, a até hoje seu Nelson doa o polietileno para as próteses juntamente com seu Alberto proprietário da Montey Plastic que Ubirajara por amizade conseguiu. Eventos maravilhosos que contribuiram para o crescimento individual e coletivo da pessoa humana. Mas sem sombra de dúvida o vento mais favorável nesses 18 anos de Bahia foi o convite de Evandro Presidente do Grupo de Fraternidade Alta de Souza para integrara a equipe. Pedi para participar como visitante de uma reunião e no dia ele me fez o convite. Uma terra tão boa assim como vou embora? Deus sabe tudo, sou apenas uma soldada. Tudo isso só foi possível por causa de Tia Nina, ela que me recebeu aqui na Bahia de braços abertos em 1991. “ai ai Bahia, Bahia que não me sai do pensamento ai ai”.

Agora a última das hipóteses que eu citei no início é a morte. Ninguém esta livre e não tenho medo dela. Sou valente, sou dez mulheres uma por dentro da outra. Tenho medo de meus familiares me prenderem aqui, por isso quero orientá-los como proceder após meu desencarne. Li num livro de Luiz Sérgio, não lembro qual, que ele foi visitar um hospital de crianças desencarnadas e uma delas tremia de frio e soluçava no cantinho da parede. Ele perguntou ao instrutor por que aquela criança estava naquela situação e o instrutor disse que ela desencarnou em um acidente e há dois anos os pais não a esquecem, mantendo viva sua lembrança e choram diariamente. Durante o repouso do corpo físico (o sono), os pais recebem orientações para orar e se conformar, pois a atitude deles aprisiona a menina mas, mergulhados no materialismo eles não escutam as orientações. Então que me esqueçam, mas orem por mim muito e meus amigos também, nas datas da minha morte e do meu aniversário. No meu velório nem vela, nem choro, nem falatórios. Orem. Revezem e façam grupos de orações, não precisa de muitas flores mas, cantem muitos hinos do movimento espírita, as músicas que falam de Deus, de Roberto Carlos, cantem em voz alta intercalando com leitura de trechos evangélicos e que as pessoas por favor não demorem me velando não, cantem, orem e vão embora, dando espaço para outras que chegarão. Comportem-se, nada de risos nem de piadas ok?! Li que um irmão desencarnado que repousava no pronto-socorro espiritual estava recebendo uma transfusão de fluídos graças à esposa que lia trechos evangélicos, orava e cantava. Ela não sabia o bem que estava proporcionando ao marido. Aquelas orações e cânticos davam ao doente uma paz interior tão grande que permitia aos espíritos ajudá-lo. (do livro Chama Eterna de Luiz Sérgio). Para os médicos que cuidaram de mim deixo a mensagem abaixo e os perdôo pelo descaso e pelo mal que me causaram.

“Compreendemos o carma como uma conta corrente das ações que praticamos no Banco deste mundo, onde há séculos caminhamos endividados, cadastrados no SPC da vida, pela constante emissão de cheques sem os necessários fundos de bondade, caridade, amor, etc... Resgatemos nosso débito, limpemos o nosso nome no SPC, emitindo cheques com a devida provisão de fundos e isso é possível, através da prestação de serviços de caridade ao próximo, e estejamos convencidos de que, dessa forma, tanto economizaremos lágrimas, como conquistaremos um bom saldo de felicidade!“Aquele que muito amou foi perdoado, não aquele que muito sofreu.” O amor é que cobriu, isto é, resgatou a multidão de pecados, não a punição ou o castigo.
Transformar ações, amando, é alterar nosso carma para melhor, atraindo pessoas e situações harmoniosas para junto da gente. É, em última instância, a nossa indispensável e indelegável reforma íntima!Nós decidimos, nós plantamos e nós colhemos!
Nossa vida é simplesmente o reflexo das nossas ações. Se queremos mais amor no mundo, criemos mais amor no nosso coração. Se queremos mais tolerância das pessoas, sejamos mais tolerantes. Se queremos mais alegria no mundo, sejamos mais alegres.
Nossa vida não é uma sucessão de coincidências, de acasos, nossa vida é a simples conseqüência de nós mesmos!!! (Nazareo Tourinho – Reformador 1993)

Não quero ser cremada e se em tempo hábil eu não puder decidir e se apresente a oportunidade de eu contribuir com alguma experiência para a cura de qualquer doença, decidam por mim com um sim. Por último, que restará de mim são meus erros, meu gênio forte, minha teimosia, minha rebeldia, então podem enterrar. Esse é meu desejo sincero e não palavras bonitas pra figurar num papel ou nos meus blogs na internet.

Nasceste no lar que precisavas,
Vestiste o corpo físico que merecias,
Moras onde melhor Deus te proporcionou,
de acordo com teu adiantamento.
Possuis os recursos financeiros coerentes
com as tuas necessidades, nem mais, nem menos, 
mas o justo para as tuas lutas terrenas.
Teu ambiente de trabalho é o que elegeste 
espontaneamente para a tua realização.
Teus parentes, amigos são as almas que atraíste,  
com tua própria afinidade.
Portanto, teu destino está constantemente 
sob teu controle.
Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais,
 buscas, expulsas, modificas tudo
aquilo que te rodeia a existência.
Teus pensamentos e vontade são
 a chave de teus atos e atitudes...
São as fontes de atração e repulsão 
na tua jornada vivência
Não reclames nem te faças de vítima.
Antes de tudo, analisa e observa.
A mudança está em tuas mãos.
Reprograma tua meta,
busca o bem e viverás melhor.
Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo,
Qualquer Um pode Começar agora e fazer um Novo Fim.
 

"Chico Xavier"

Obrigada pelas orações pois à noite, antes de deitar, fico escutando as pessoas pedindo por mim, muitas vozes eu reconheço outras nem sei quem é. Muita gente nem se quer me conhece e pede por aquela moça com câncer no Morada das Árvores, outras pedem pela mulher com câncer conhecida de alguma conhecida dela. Deus abençoe a todas e todos. Até breve...

Helena Conserva




Comente: hconserva@gd.com.br

Um comentário:

  1. Lindo texto. Estou passando por isso em casa, meu esposo começou nessa luta, e eu, na minha busca por forças, achei você e seu blog. Sei que, como você, iremos vencer. Abraços!

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